quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O Romance Atemporal de Jane Austen

"Até o momento em que Elizabeth entrou na sala, em Netherfield, e procurou em vão Mr. Wickham entre os grupos de túnica vermelha ali reunidos, nem uma só vez a dúvida de que ele pudesse não estar presente atravessara o seu espírito. Nenhuma das lembranças que razoavelmente a poderiam ter alarmado tinha destruído a certeza de encontrá-lo ali. Vestira-se com cuidado especial e se preparara com o melhor dos espíritos para a conquista de tudo aquilo que ainda não fora submetido no coração de Mr. Wickham, certa de que naquela noite encontraria ocasião de vencer todos os obstáculos. Mas naquele instante levantou-se nela a horrível suspeita de que o seu nome fora propositadamente omitido nos convites enviados por Bingley aos oficiais, para fazer a vontade de Mr. Darcy. E, embora o caso não fosse exatamente aquele, o fato irreparável da sua ausência foi anunciado por seu amigo Mr. Denny, a quem Lydia se dirigiu avidamente e que lhe disse ter sido Wickham obrigado a partir para Londres, no dia anterior, em viagem de negócios, e que ainda não voltara; acrescentando, com um sorriso significativo..."

Orgulho e Preconceito - Jane Austen - 1813





Eu sei que é exatamente o contrário, mas considero o romance transgressor e o tipo de leitura que ultrapassa o tempo.
O seu formato literário é capaz de conduzir o leitor para a época que o romance acontece.

Eu, uma leitora pós moderna, vivendo na urbanização de uma grande cidade, no ano de 2009, pós 11 de Setembro e Internet, ao ler "Orgulho e Preconceito" sou capaz de me sentir uma conservada mulher com vestes tradicionais e um coração singelo de sentimentos.

Sou capaz de pegar meu livro e ir até um parque mais próximo e fingir que minha vida se baseia nisso, em estudar as belezas e delicadezas de um mundo pacífico e simples.

Dou mais valor às cores e aromas naturais que me cercam e escuto timbres de piano em minha imaginação.

E devo esta aptidão à Jane Austen.

Ela escreveu em 1813 o que eu deveria ler hoje. Conseguiu transportar seu mundo em poucas páginas que me fizeram entristecer quando acabaram e me deparei com a minha verdadeira realidade. Tão escrachada e não romântica.

Regredi à uma época e por isso, o tempo não existe mais pra mim. Voltei à um lugar onde nunca vivi. Me apaixonei pelos personagens e me confundi.

O espírito, a alma de Austen foi inserida na minha, e até mesmo o gosto de um chá mudou de sabor ao meu paladar.

Este é um jeito perfeito de estudar história. Podendo viajar.

Jane Austen é mágica e imortal. Me fez reviver o passado. Quantos possuem este dom?

Além disso, a fórmula dos amores conturbados serviu de inspiração para tantos outros romances e novelas. A mãe do drama amoroso. A criadora da opinião feminina referente ao amor perfeito.

A minha escritora favorita.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Livro 2: O Morro dos Ventos Uivantes/Emily Bronte

postado por Daniela Araújo



"Conta-se sobre um amor, um amor impetuoso e temperamental. O amor obsessivo que não aguentou a pressão que o sufocava. Um amor colérico que não teve a oportunidade de ser tocado e vivido. Um amor que destruiu a todos que ousavam ameaçá-lo. O amor que se alimenta, até rompe barreiras como a morte.
Heathcliff e Cath, o leão e a cobra venenosa. O que eles tinham em comum? Apenas o temperamento que dividiam, eram como dois animais que facilmente se irritavam e guardavam rancor , mas que sabiam ser ferozes na sua natureza de forma avassaladora.
Os dois só encontravam a calma e o sossego apenas próximos um do outro. Eles só conseguiam ser verdadeiramente eles mesmos quando se encontravam lado-a-lado. Eles eram inteiros juntos.
Ninguém os suportava individualmente, mas juntos eles se entendiam..."


por frannoya