quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O demônio de Emily Brontë

Imprevisível. 
Esta é a palavra que uso para te convencer a ler "O Morro dos Ventos Uivantes". 
Um romance que começa complicado com dois narradores e poucas explicações. Quase cinquenta anos contados em pouco menos de 400 páginas, não reduzidos, pelo contrário, muito bem detalhados.

É porque Emily Brontë tem o dom de envolver o leitor com o necessário. O necessário para entrar no clima obscuro do Morro e no conturbado romance de Catherine e Heathcliff.
Não dá para perder um parágrafo. Uma palavra  a menos e uma preciosa informação crucial que já foi perdida. Vale reler e se infiltrar na história contada. Vale a pena.

Bruto.
É a palavra que descrevo o livro no final da leitura.
Como diziam os críticos da época, uma obra sádica, pervertida e patológica; só um poderoso demônio para sobressair o estilo da autora na Inglaterra vitoriana.

Emily, ou o demônio dos desvios de caráter humano, fizeram do livro um sucesso. 
Uma história que se tornou popular e fizeram de Catherine e Heathcliff referência de casal extremamente apaixonado e inconsequente.

Extravagantes, intensos e imaturos, Heathcliff é Cathy e Cathy é Heathcliff. Eles se completam, ou melhor, são um só.
Um só exemplo de egocentrismo humano.


"Out on the wiley, windy moors
We'd roll and fall in green
You had a temper, like my jealousy
Too hot, too greedy
How could you leave me?
When I needed to possess you?
I hated you, I loved you too

Heathcliff, its me, Cathy I've come home
I'm so cold, let me in-a-your window"