Orgulho e Preconceito - Jane Austen - 1813
Eu sei que é exatamente o contrário, mas considero o romance transgressor e o tipo de leitura que ultrapassa o tempo.
O seu formato literário é capaz de conduzir o leitor para a época que o romance acontece.
Eu, uma leitora pós moderna, vivendo na urbanização de uma grande cidade, no ano de 2009, pós 11 de Setembro e Internet, ao ler "Orgulho e Preconceito" sou capaz de me sentir uma conservada mulher com vestes tradicionais e um coração singelo de sentimentos.
Sou capaz de pegar meu livro e ir até um parque mais próximo e fingir que minha vida se baseia nisso, em estudar as belezas e delicadezas de um mundo pacífico e simples.
Dou mais valor às cores e aromas naturais que me cercam e escuto timbres de piano em minha imaginação.
E devo esta aptidão à Jane Austen.
Ela escreveu em 1813 o que eu deveria ler hoje. Conseguiu transportar seu mundo em poucas páginas que me fizeram entristecer quando acabaram e me deparei com a minha verdadeira realidade. Tão escrachada e não romântica.
Regredi à uma época e por isso, o tempo não existe mais pra mim. Voltei à um lugar onde nunca vivi. Me apaixonei pelos personagens e me confundi.
O espírito, a alma de Austen foi inserida na minha, e até mesmo o gosto de um chá mudou de sabor ao meu paladar.
Este é um jeito perfeito de estudar história. Podendo viajar.
Jane Austen é mágica e imortal. Me fez reviver o passado. Quantos possuem este dom?
Além disso, a fórmula dos amores conturbados serviu de inspiração para tantos outros romances e novelas. A mãe do drama amoroso. A criadora da opinião feminina referente ao amor perfeito.
A minha escritora favorita.